segunda-feira, 22 de maio de 2017

AELE comemora o 7º aniversário em grande estilo, empossa os novos membros e Institui a Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense.


-DISCURSO DO 7º ANIVERSÁRIO DA ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS, E POSSE DE SEUS NOVOS ACADÊMICOS, PROFERIDO POR SEVATIL LÔBO, ORADORA DA AELE, EM 20 de maio de 2017-

Excelentíssima Presidenta da Academia Escadense de Letras, Prof.ª Dr.ª, Sr.ª Ana Lúcia Neto;
Excelentíssima Presidenta da Academia- FAESC, Prof.ª Dr.ª, Sr.ª Sílvia Pereira;
Autoridades Presentes;
Componentes da Mesa;
Colegas Acadêmicos;
Alunos e Convidados;
Sras. e Srs.

(Introducão)

Hoje, na noite deste dia, sopra uma suave brisa outonal, ouve-se lá fora o farfalhar das árvores, e os prenúncios do Inverno já se fazem sentir, mas, precisamente nesta noite, A ACADEMIA ESCADENSE DE LETRAS, comemora o seu 7º Aniversário, e como “7” é o número das coisas plenas, posto que o Criador em 7 dias, criou os Céus, a Terra, os Mares, as Plantas, os Animais, e o Homem; desejo, antes de iniciar-me acerca da trajetória da Academia Escadense de Letras, abrir um preâmbulo, para discorrer a respeito da Origem e do Conceito de uma Academia.
As Academias surgiram há quase 24 séculos atrás, no tempo da Antiguidade Clássica, nos Jardins vizinhos de Atenas, consagrados ao herói ateniense – Academus, onde Platão estabeleceu sua Sociedade-Escola de Filosofia, chamada “Academus”, de caráter cultural e religioso. Perdurou de 385 a.C. até o ano de 529 d.C.. Os nove séculos de duração da Academia Platônica projetaram o seu nome para o futuro, fazendo-o ressurgir na Renascença.
O vocábulo ACADEMIA está dicionarizado da seguinte forma: Estabelecimento de ensino superior de ciência ou arte; faculdade, escola; Sociedade de caráter científico, literário, artístico, etc.; sendo estes os conceitos do sentido Platônico.
Somos então, uma Sociedade de caráter literário, científico, artístico e filosófico; abrigamos portanto: poetas, escritores, ensaístas, cientistas, filósofos, juristas, musicistas, etc.; e temos o compromisso de: esclarecer as mentes, alimentar ideias e ideais, indicar caminhos, leituras seletivas, ajudar na produção da Palavra artística; sem deixar de proclamar as inquietações sociais próprias de um novo século.

(Trajetória da AELE)

Então, estamos reunidos aqui, na Academia denominada FACULDADES DA ESCADA, para esta Solenidade de Aniversário do 7º ANO da Academia Escadense de Letras, e Posse de seus novos Membros.
Nesses 7 Anos, teve à sua frente, 4 Presidentes: o primeiro, Dr. José Luís Minduca – presidente Honoris-causa e fundador principal da Instituição; o segundo, o Psicanalista e Professor Waldyr Siqueira; a terceira, a Professora e Mestra, Teresinha Melo; e a quarta, aclamada para o biênio 2016 a 2018, a Professora e Doutora, Ana Lúcia Neto.
Todos – incansáveis e zelosos a fim de aprimorar a Cultura da Sociedade escadense.
Ao longo desses 7 Anos, foram instituídos na Agenda Anual da AELE – eventos, concursos e atividades literárias que passarei a relacionar:
“O Natal com Poesia”;
“O Concurso Literário da AELE”;
“Antologia da AELE”, lançamentos anuais, nos gêneros: Ficção e Textos Científicos;
“O Chá das Cinco”;
“Intercâmbio Cultural”;
“Encontro das Academias de Letras e Artes, das Microrregiões de Pernambuco”;
“Saraus Literários” – mensais;
“Bloco Lírico da AELE” – durante o Carnaval;
“Almoçando no Mercado” – encontro entre Poetas populares e os Acadêmicos da AELE;
“Forró da AELE” – durante o mês de junho;
“Passeio Ciclístico da AELE” – no entorno do Casario e Patrimônio Histórico do Município;
 “Lendas Urbanas e Rurais do Município” – vivenciadas em encontros programados pela Academia;
“Coral da AELE - Sebastião Araújo” – dirigido pelo professor Dimison Gomes, também seu Maestro, e hoje, empossado como Membro Efetivo da AELE.
A Academia Escadense de Letras possui as Comendas:
“Ordem do Mérito Maior da Casa Tobias Barreto”;
“Ordem Arimunã do Mérito Literário Samuel Campelo”;
“Ordem do Mérito da Justiça Social Manuel Valentim”;
“Ordem do Mérito Espírito da Paz”;
“Ordem do Mérito Jundiá Grande – Cícero Dias”;
Ordem do Mérito da Educação – Barão da Escada”;
Eestabelece hoje, a “Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense”, que nesta noite , será entregue à sua genitora e ao Acadêmico Luciano ......................

(Fala da Oradora)

Sras. e Srs.,
Somos como o rio que passa, segue o mar e jamais retorna, pois a água de hoje, não será a água de amanhã; e como dizia o renomado romancista Francês, Marcel Proust: ”É necessário nunca ter medo de ir longe demais, porque a verdade está sempre mais adiante”; e a nossa Cecília Meireles, afirmou: “Que ninguém passe em vão ao nosso lado”; e a fim de frisar a importância de alguém que marcou as nossas vidas, está o primeiro Presidente da AELE – o Dr. Luís Minduca – meu amigo, meu ex-aluno, meu colega de Academia; precisaríamos de muito tempo para discorrer a respeito de sua biografia; palavras, elogios, não dariam conta de externar tudo o quanto, o prezado Acadêmico significou para nós; deixou-nos o seu legado de Homem de Letras – como Poeta, Historiador, Cidadão escadense, que, como afirma Valterjoy Lôbo, “Fez por Escada, nesses últimos 30 Anos, o que muitos não fariam ainda que tivessem 100 Anos à disposição”. A Academia Escadense de Letras escolheu os dias 17,18 e 19, deste mês de maio, para homenageá-lo e agradecer-lhe pelo imorrível legado a nós outorgado. E hoje, em sua homenagem, estabelece a “Comenda José Luís Minduca da Cultura Escadense”. A ele, portanto, nossos agradecimentos, aplausos e memória eterna.

(Ao Mestre Antonio Candido)

Ao abrir o Diário de Pernambuco, no dia 13 de maio, uma sexta-feira deste mês, assim se pronunciava o Jornal: ”Faleceu, na madrugada desta sexta-feira, o escritor, crítico literário e sociólogo Antonio Candido, aos 98 Anos de idade”. Li toda a matéria – encontrei-a paupérrima! Conhecendo de perto sua Obra, como: Formação da Literatura Brasileira; Vários Escritos, Literatura e Sociedade; e inúmeros títulos  dos quais acompanhei os seus lançamentos; estarreceu-me, que o maior Crítico Literário do Brasil, publicado no Ocidente e Ásia; responsável e defensor da “Estética da Recepção”, no Brasil, a ele – coubesse apenas meia página, seguida de um anúncio desses prédios feitos, especialmente para ricos.
Lamentei e lastimei, pois em uma de suas palestras, o Metre Antonio Candido, em seu livro “Vários Escritos”, na 2ª parte, capítulo intitulado “O Direito à Literatura”, onde ele defende o direito do pobre, à uma leitura seleta; o professor Candido, afirmava, que “A Literatura é o sonho acordado das Civilizações”, e que, ...assim como não é possível haver equilíbrio psíquico, sem o sonho, durante o sono, talvez não haja equilíbrio social sem a Literatura – como manifestação universal de todos os homens em todos os tempos”. Esta Academia Escadense de Letras, presta-lhe hoje homenagem, e se compromete de através de sua Biblioteca, realizar estudos de sua Obra, para bem formar, o pensamento dos futuros literatos escadenses, e diz: “Descansa agora, grande Mestre!”

(O Cenário do Brasil atual)

O grande Cervantes, disse um dia: “Cada homem é como Deus os fez. E às vezes pior”; o Homem pensa que chegou a um máximo de racionalidade técnica e de domínio sobre a Natureza, mas , ao vislumbrar a atual conjuntura política do nosso país, ficamos boquiabertos ante a confirmação de atraso e pobreza por toda parte, por todos os Continentes. Para citar apenas cinco desses: A corrupção dos governantes; a Imigração desenfreada de países, como o Sudão, Etiópia, Síria, Afeganistão, Venezuela...; o Terrorismo galopante; a explosão de novas drogas; a falta d’água e de alimentos; a violência às crianças e aos jovens; e na nossa Nação, temos uma constatação urgente e a pergunta: “Onde encontrar um Presidente?”

(Meu tempo de FAESC)

Neste instante, as lembranças vêm nítidas e a saudade aperta o peito. Lecionei nesta Academia da FAESC, durante os anos de 2005 a 2007; Como esquecer as manhãs de sábado, das aulas de Teoria Literária à beira da piscina? As análises dos Contos Machadianos e os estudos de Crítica Literária, onde cada um sobressaia-se grandemente. E as apresentações das sínteses dos romances brasileiros, onde todos ficavam em alvoroço? E as Peças Teatrais? E o Dom Quixote caracterizado, perseguido e filmado a rigor, pelo aluno Castro? Os Autos de Gil Vicente, as declamações do Navio Negreiro nos Festivais de Literatura, bem como os recitais de Os Lusíadas?! A vinda do Poeta Marcos Accioly, e sua declamação de O Roçado?! AH!, bons tempos aqueles!

(Conclusão)

E neste momento, caminhando para o final desta retórica, desejamos agradecer a todos que tornaram possível, este evento; que esta noite possa ficar em memória dos que participaram conosco desta Solenidade; e que o povo da Escada, tenha sempre a guarida de um reduto, onde o Conhecimento tem passagem livre; que o Mestre dos Mestres, o Deus único e verdadeiro, “...em quem estão escondidos os tesouros da Sabedoria”, nos abençoe a todos.
À nossa Presidenta, Ana Lúcia, nossos parabéns, pelo modo gentil, gracioso, elegante, e eficaz, com que conduz a Academia de Letras da Escada; e parabéns também à sua Diretoria. Aos Acadêmicos hoje empossados, entre os quais, encontra-se a professora Vanilda Lôbo, minha mãe, sois bem-vindos!
Estarei me ausentando por 25 dias, desta Academia, vou ao Estado do Pará – vou para o lugar onde jorram as fontes; brotam frondosas as mangueiras, e o índio corre solto por matas (ainda) virgens... a Amazônia!
Finalizo com os Versos:
“O homem canta, a sombra reconhece. O homem morre, a sombra permanece”.
A Academia Escadense de Letras, agradece a todos! Obrigada!   

By: Sevatil Lôbo de Siqueira









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